DICA DE MESTRE


“Em entrevista ao Jornal do Advogado (OAB), em 8 de junho de 2001, Miguel Reale, ao ser inquirido sobre quais eram os pré-requisitos para o exercício da carreira de advogado, respondeu:

‘Em primeiro lugar, saber dizer o direito. Nos concursos feitos para a Magistratura, para o Ministério Público e assim por diante, a maior parte das reprovações são devidas à forma como se escreve. Há uma falha absoluta na capacidade de expressão. Então, o primeiro conselho que dou é aprender a Língua Portuguesa. Em segundo lugar, pensar o Direito como uma ciência que envolve a responsabilidade do advogado por aquilo que diz e defende. Em terceiro lugar, vem o preparo adequado, o conhecimento técnico da matéria’ ”.

O excerto acima transcrito é do Livro Redação Forense & Elementos da Gramática (6ª edição) do Professor Eduardo de Moraes Sabbag.

São palavras de um notável jurista, reconhecido nacional e internacionalmente. Logrou vários prêmios e medalhas cobiçadas no âmbito jurídico, além de possuir títulos incontestes de seu imenso saber (confira http://www.miguelreale.com.br/). Realmente, uma dica de Mestre!



Bem sabemos que o português escrito de maneira correta e lógica e, ainda, bem falado, é instrumento fundamental no Direito, impressiona e convence.

No protocolo de uma petição inicial, p. ex., a narração dos fatos deve conter ideias bem dispostas a fim de que o juiz as entenda e acolha a pretensão. Na mesma peça, ao fundamentar, é necessário convencer o magistrado do direito do autor em detrimento do direito do réu. Se dado o provimento final, o sucumbente interpõe recurso, seu advogado deve dispor de boa capacidade persuasiva para dissuadir desembargadores ou ministros de uma tese.

Portanto, o português é importante em qualquer profissão, entretanto, mostra-se muito intrínseco ao Direito. Note-se que o advogado para pedir e o magistrado para alicerçar suas decisões usam palavras, as quais, se não bem articuladas, podem gerar, v.g., improcedência do pedido ou embargos de declaração, respectivamente.

Em âmbito acadêmico, se o discente não souber concatenar bem suas ideias no momento de apresentar a monografia, certo é que sua nota será mitigada.

De igual forma, se esse mesmo acadêmico, depois de formado, venha a realizar uma sustentação oral e não souber entrelaçar o Direito e o bom português, certamente não logrará êxito.

Portanto, vamos estudar a língua, ampliar nosso vocabulário e falar o “português direito”!

Indicamos a obra do Professor Eduardo Sabbag supramencionada, a qual será de grande auxílio profissional no aperfeiçoamento linguístico. Possui uma abordagem diferente, com linguagem objetiva, sendo dividida em redação forense e gramática. Traz “jurismacetes”, “curiosimacetes” e “hora do espanto - pérolas de português”.

A “Dica de Mestre” é postada no blog LADO DIREITO no dia 1º de cada mês. Fique atento!

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